quinta-feira, 17 de abril de 2014

Bombeiros e Polícia Militar entram em greve nesta terça-feira no Rio Grande do Norte

RN vive uma guerra civil

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Diego Hervani
diegohervani@gmail.com
Sem conseguir ter um diálogo com o Governo, os Policiais e Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte entrarão em greve a partir da próxima terça-feira (22). Com o atual momento da segurança do RN em estado crítico, o presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do RN (ASSPMBM/RN), Eliabe Marques, afirmou que é consenso entre os integrantes da categoria que o Estado vive uma “Guerra Civil”.
“O caos no Rio Grande do Norte já está instalado. A taxa de homicídios só tem subido nos últimos anos e o Governo não tem feito nada para melhorar a situação. Com os policiais nas ruas, mesmo com as péssimas condições de trabalho, temos conseguido evitar certas situação, mas está muito complicado. Realmente é uma situação muito preocupante. É uma Guerra Civil que estamos vivendo no nosso Estado e o Governo não faz nada para impedir que isso aconteça”.
Nos últimos dias, a Bahia tem enfrentado um dos piores momentos da história no quis diz respeito à segurança. Com a Polícia Civil e Militar em greve, a população está apavorada. Muitas pessoas sequem têm saído de casa. Os expedientes nas repartições públicas e privadas têm terminado mais cedo e vários lojas e supermercados têm sido saqueadas. Com todos esses problemas, o governador Jaques Wagner [PT], a presidente Dilma Rousseff assinou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem autorizando o emprego das Forças Armadas na segurança pública do Estado. Questionado se acredita que o Rio Grande do Norte pode chegar até essa situação, Eliabe disse que tudo depende da resposta do Governo.
“Tudo depende do Governo. Como falei, hoje o Estado vive um caos na segurança pública. Fazemos nossas reivindicações, mas o Governo não está tendo nenhum diálogo conosco. O silêncio é total. Por isso estamos entrando em greve e não existe nenhuma possibilidade de acabarmos com essa greve sem que o Governo venha conversar conosco”.
Ainda segundo o representante da ASSPMBM/RN, a categoria tinha decidido deixar de lado algumas reivindicações caso a Lei de Promoção de Praças fosse aprovada. Porém, como não houve diálogo, agora eles querem muito mais. “A Lei de Promoção de Praças é a nossa maior reivindicação. Pois hoje a corporação é formada quase totalmente por soldados que não têm perspectiva de promoção. Desde que Rosalba assumiu que estamos buscando melhorias para a nossa categoria, mas ela nunca resolve nada. Agora, além da Lei de Promoção de Praças, queremos outras melhorias. Só iremos voltar ao trabalho quando todas as nossas reivindicações forem resolvidas”.
Dentre os quesitos que estão sendo pedidos está o reajuste de 15% do subsídio, que há dois anos não é feito pelo Estado, devido enquadramento dos níveis remuneratórios, pagamento do terço de férias ainda referente a 2012, integralização dos vencimentos dos que foram promovidos e ainda não recebem de acordo com a graduação, revisão da lei e reajuste da Diária Operacional, admissão de etapa alimentação como verba indenizatória, revisão do estatuto da PM em relação à carga horária e substituição do Regulamento Disciplinar da PM pelo Código de Ética. “Sabemos que o comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros tem feito de tudo para melhorar a nossa situação. Até mesmo a questão alimentar está complicada. Os policiais e bombeiros estão se alimentando mal e isso reflete no trabalho do dia a dia”, finalizou Eliabe.

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