Segundo a Polícia Militar, o fato aconteceu neste último domingo (28), mas não houve registro de queixa porque o agredido acabou pagando R$ 600 para o dono da moto. Contudo, segundo o delegado Sandro Régis, uma investigação será instaurada para tentar identificar os agressores, que podem vir a responder por lesão corporal e até tentativa de homicídio. Após ser espancado, o rapaz foi socorrido para um hospital em Mossoró.
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As cenas de espancamento foram registradas pelo celular de um dos moradores da cidade. Ele enviou o vídeo ao G1, mas pediu para não ser identificado.“Recebemos a informação que o dono do Civic bateu o carro em um motociclista, que caiu no chão. Ele não se machucou, mas os moradores ficaram revoltados porque o motorista saiu em disparada, sem dar nenhuma assistência. Só que ele entrou numa rua sem saída, passou por cima de umas cercas e foi parar no meio de um matagal. O motorista foi pego pelos moradores e apanhou bastante”, explicou Sandro Régis.
"As pessoas precisam entender que não é querendo fazer justiça com as próprias mãos que as coisas se resolvem. Agressão é crime. Já solicitei um relatório ao comandante do policiamento militar da cidade para tentarmos identificar o dono do carro. O veículo ficou aqui, em Paraú, mas o o rapaz agredido foi levado para Mossoró. Vamos convocá-lo a depor, o que pode incriminar as pessoas que o espancaram", ressaltou o delegado.
Linchamentos no RN
Em infográfico publicado no início de julho deste anos, o G1 fez um levantamento sobre casos em que cidadãos cometeram crimes ao tentar fazer justiça com as próprias mãos. Com cinco casos, o Rio Grande do Norte aparece como o terceiro estado com mais linchamentos noticiados neste ano, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Na ocasião, o promotor de Justiça de investigações criminais, Wendell Beetoven Ribeiro Agra, disse que a situação é preocupante. Ele acredita que a descrença na justiça criminal levou ao ponto atual. "Como as pessoas desacreditam, elas passam a fazer justiça com as próprias mãos, o que é uma forma totalmente ilegítima de aplicação de punição. O cidadão age quando o Estado falha", opina. "Não acredito em soluções miraculosas com criação de divisões especiais para investigar crimes. Falta só o feijão com arroz, as delegacias de bairro investigarem", acrescenta o promotor.
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