AFP/STR
Oito jovens egípcios foram condenados a 3 anos de prisão por incitação à libertinagem em vídeo de casamento gay.
Os oito egípcios eram processados por "incitação à libertinagem" e "publicação de imagens indecentes", mas o tribunal só manteve a segunda acusação, informou à AFP a advogada de defesa Nesrin Nabil.
Os oito jovens, que escondiam os rostos com jornais ao entrar no tribunal, foram condenados à pena máxima no caso. Também deverão passar por um controle judicial por três anos após o cumprimento da pena.
A defesa vai recorrer contra a sentença, informou Nabil.
Outro advogado de defesa, Imad Sobhi, acusou o tribunal de estar sob a influência da opinião pública e seu repúdio à homossexualidade. Ele disse que os clientes são "inocentes".
Além disso, segundo a defesa os oito jovens foram obrigados a passar por polêmicos exames médicos para determinar se tiveram práticas homossexuais. O porta-voz do departamento médico legal do ministério da Justiça, Hesham Abdel Hamed, negou os exames.
O vídeo, compartilhado por milhares de pessoas no Facebook, Twitter e YouTube, mostra um casal homossexual comemorando o casamento em um barco no rio Nilo ao lado de amigos. As imagens mostram o momento da troca de alianças, quando os presentes cantam em homenagem ao casal.
Atentado contra os direitos fundamentais
"Nossos filhos foram condenados injustamente", gritavam entre lágrimas os parentes dos jovens na saída do tribunal.
"Não queremos que os meios de comunicação acompanhem o julgamento, não queremos um escândalo", pediu outro parente dos condenados.
A legislação egípcia não proíbe formalmente a homossexualidade, mas várias pessoas foram condenadas nos últimos anos por libertinagem, acusadas de participação em festas gays.
No Egito a homossexualidade é considerada uma perversão tanto pelo islão como pela igreja copta.
Em 2013, uma pesquisa realizada pelo centro de estudos americano Pew revelou que apenas 3% dos egípcios consideravam que "a sociedade deve aceitar a homossexualidade".
Três egípcios foram condenados em abril a oito anos de prisão pela organização, segundo as autoridades, de "uma festa pervertida" e pela prática de "libertinagem".
Em 2001, 52 pessoas foram detidos em um barco discoteca no Cairo por participação em uma festa com a presença de homossexuais. Vinte e três foram condenadas a penas de um a cinco anos de prisão.
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