terça-feira, 8 de abril de 2014

Professor da prova com letra de música de Valesca Popozuda diz que queria provocar a imprensa

prova-Valeska-Popozuda-2
“A intenção foi fazer uma provocação à imprensa. Não quis ser irônico”. Assim o professor de filosofia da Escola de Ensino Médio 3, no Distrito Federal, Antonio Kubitschek, justifica a sua decisão de colocar em uma prova do terceiro ano uma questão citando a música “Beijinho no ombro”, de Valesca Popozuda, e se referindo à funkeira como “grande pensadora contemporânea”.
O docente explica que queria gerar uma discussão sobre “formação de valores” entre os alunos e chamar atenção sobre o papel da imprensa “sensacionalista” no debate em torno do assunto. Sobre a repercussão que a história alcançou, ele diz que não esperava uma reação nacional:
- Achei que um membro da imprensa local fosse nos procurar, e não toda a imprensa nacional. A provocação partiu de um debate em sala de aula e nesse debate pensamos no papel da imprensa, que gosta de sensacionalismo e só vem à escola quando o assunto é ruim – disse Kubitschek, em entrevista pelo telefone.
Na prova elaborada pelo professor os alunos deveriam responder à seguinte pergunta: “Segundo a grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda, se bater de frente:”, e aí vinham as opções: “a) É só tiro, porrada e bomba b) É só beijinho no ombro c) É recalque e, por fim, d) É vida longa”
Ele questiona o grau de polêmica que a postagem com a questão da prova suscitou.
- A grande discussão foi porque eu a chamei de “pensadora contemporânea”. A proposta não era ser irônico com ela. Era muito mais uma discussão na sociedade. Por que a Valesca aparece nos programas de TV e não gera polêmica e numa prova gera tanta repercussão?
Para o professor, as redes sociais “estão mais a favor do que contra” a sua iniciativa. Ele ainda diz acreditar que os próprios alunos compreenderam que se tratava de uma provocação para despertar um debate. Ele justifica:
- Eu não sei se eles (os alunos) precisam abandonar o universo deles para seus atos sejam reconhecidos como algo positivo. O próprio Caetano Veloso vive defendendo o pessoal da axé music e também foi muito criticado.
O Globo

Nenhum comentário: