domingo, 20 de julho de 2014

Produção orgânica garante renda em assentamentos



Mossoró - Na paisagem seca do Semiárido Nordestino, uma imagem, cada vez mais comum, chama a atenção. Faixas de terra circulares, onde o verde predomina, é o sinal de que já chegou ali a tecnologia social da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). Mas além de atrair olhares, a cor inconfundível que brota da terra em forma de hortaliças e leguminosas está transformando a vida de pequenos produtores rurais. A garantia de renda e melhoria na qualidade de vida obtidos por meio da produção de alimentos orgânicos apontam que o campo ainda é uma alternativa viável de oportunidade de negócios.

No Assentamento Lagoa de Xavier, a 25 quilômetros de Mossoró, a produção agroecológica, instalada no Estado por meio de parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Norte e a Fundação Banco do Brasil, se tornou a principal fonte de renda para o produtor Francisco França. Apresentado ao projeto há cerca de sete anos, ele comemora os bons resultados e o crescimento da produção e do consumo de orgânicos na região.
Fred VerasO agricultor Francisco França exibe as mudas cultivadas no próprio viveiro: Produção em altaO agricultor Francisco França exibe as mudas cultivadas no próprio viveiro: Produção em alta

“Lembro quando tudo começou. Era muito difícil tanto para mudar nossa mentalidade, de que a produção orgânica é interessante, como também porque a demanda ainda era muito pequena. Hoje estou mais do que satisfeito com o trabalho e com a renda que tenho”, comemora.

Na área de aproximadamente um hectare, onde cultiva hortaliças como rúcula, alface, cebolinha, coentro, couve folha, pimentão, tomate cereja, cebola e beterraba, ele também aposta em frutas como goiaba, mamão e banana. Segundo ele, o aumento na produção supera os 200%.

A maioria dos produtos é destinada à Feira Agroecológica de Mossoró, que acontece todos os sábados, no largo do Museu Municipal Lauro da Escóssia Rosado. Semanalmente França comercializa em média 15 quilos de tomate, 150 maços de coentro, 10 pacotes de cebola, além de outros produtos. O restante da produção é comercializado por meio de programas governamentais ligados à agricultura familiar.

Em outro extremo da área rural de Mossoró, no Assentamento Recanto da Esperança, a produtora Geisa Maria do Nascimento é mais um exemplo de que o conhecimento transforma. Acostumada a lidar diariamente com as atividades domésticas, ela descobriu, por meio da produção orgânica, como ter fonte de renda no meio rural para ajudar no sustento da família. “Antes eu nem sabia o que era orgânico, e hoje, quando estou no pico da produção, chego a ter uma renda de R$ 1.200 por mês só com a venda dos produtos na feirinha. Quando era que teria um salário desses aqui, no assentamento?”, questiona.

Geisa ingressou no grupo de produtores há seis anos, e, desde então, esta a principal fonte de renda da família de quatro integrantes.

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