O município de Mossoró, com 263 mil habitantes, lidera o ranque estacional no número de homicídios por 100 mil habitantes, seguido de São Gonçalo do Amarante, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 18, no Mapa da Violência 2013, referente ao ano de 2011.
O levantamento é coordenado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, e é ligado ao Ministério da Justiça. Teve como base dados repassados pelo Ministério da Saúde. Este levantamento é divulgado anualmente.
Junto com Nísia Floresta, Baraúna, Natal e Santa Cruz, os municípios de Mossoró e São Gonçalo do Amarante estão entre as 300 cidades que mais se mata no Brasil. Simões Filho, que tem 119.760 habitantes, no Estado da Bahia, lidera o ranque nacional.
O quadro em Simões Filho é tão grave que a somatória de homicídios considerando pelo número de habitantes (139,4) é duas vezes superior ao do Iraque (64,9 mortes para cada 100 mil pessoas) no auge dos conflitos entre 2004 e 2007.
O pesquisador Júlio Jacobo Waiselfisz traça o perfil das cidades vítimas de grande violência. Em geral, são pequenas ou médias, isto é, com até 500 mil habitantes. Nas 10 primeiros colocações, a única capital – e cidade grande – a aparecer é Maceió (AL).
João Pessoa (PB) aparece em 30º, revelando que o Nordeste e o Norte são os maiores alvos do problema hoje. As cidades que concentram a violência no Brasil são, em geral, novos polos de desenvolvimento, zonas de fronteira e municípios com turismo predatório e currais políticos onde ainda impera a lógica clientelista.
No Rio Grande do Norte, o município de Mossoró liderou o ranque de homicídios em 2011 com 73,7 por universo de 100 mil habitantes, superior ao do Iraque (64,9) no auge da guerra. A segunda cidade que mais matou em 2011 foi São Gonçalo do Amarante.
Ranque homicídios por 100 mil habitantes no RN
Mossoró – 73,7
São Gonçalo do Amarante – 61,8
Nísia Floresta – 53,8
Baraúna – 52,9
Natal – 49
Santa Cruz – 41,5
O quadro de violência se formou ao longo dos anos com a deficiência da educação e o sucateamento completo da policia judiciária, forense, do sistema prisional e também da estrutura e pessoal disponível para o policialmente ostensivo nas ruas, de modo que a solução só em longo prazo e assim mesmo com uma combinação de investimentos, segundo aponta o professor Ivênio Hermes, especialista em segurança pública.
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