sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Corinthians vai gastar R$ 152 milhões para solucionar calote de R$ 35,8 milhões



A escolha dos clubes de não pagar as taxas na data certa não é uma boa ideia. Para o Corinthians, por exemplo, a decisão de atrasar o acerto do seu imposto de renda, que transformou em réus da Justiça o ex-presidente Andrés Sanchez e mais três dirigentes do clube, vai custar muito caro aos cofres do Parque São Jorge.
O valor original do tributo era de R$ 35,8 milhões. E, depois da multa e juros aplicados pela Receita Federal, e mais o acordo feito para pagar a dívida, essa valor vai saltar para R$ 188,1 milhões. Ou seja: o calote no tempo devido de pagamento vai custar R$ 152,3 milhões ao departamento financeiro, dinheiro suficiente para comprar quase todo elenco atual do clube.
Pelo acordo que fez com a Receita, o Corinthians começou a pagar a dívida no final do ano passado, e vai estender o pagamento até o final de 2028. Serão praticamente 15 anos de prestação, o que dá, na média, R$ 10 milhões por ano de "gastos extras".
A diferença entre o valor original do imposto e o dinheiro que o alvinegro vai gastar aumentou por três motivos. O primeiro foi a multa aplicada pela Receita: R$ 26,9 milhões. Depois os juros do montante original até a confecção do acordo: mais R$ 30,5 milhões.
O resto, quase R$ 94 milhões, são os juros do próprio acordo, que ainda irão fazer o Corinthians ficar atento ao que acontece no Brasil.
Em situaçõs como a atual, com a inflação em alta, a situação do clube piora. Isso por causa do indexador dos juros da dívida corintiana, a Selic. É a taxa de juros básica definida pelo Banco Central. Se ela aumentar, o montante devido pelo Corinthians também pode crescer.
Justificativa
Os dirigentes de clubes que atrasam/atrasaram o pagamento de impostos para os cofres públicos costumam justificar a postura pela situação financeira. Em entrevista ao Bate Bola, na noite desta quinta-feira, Andrés Sanchez disse que teve de fazer uma escolha: pagar impostos ou pagar o salário dos jogadores.
"Ou se paga salário, acordo trabalhista, ou... E infelizmente não conseguimos pagar todos os impostos", disse o dirigente.
De acordo com o ex-presidente, o caixa de um clube não consegue sustentar um time competitivo e ao mesmo tempo pagar impostos em dia.
"Quando fui presidente eu tive de fazer opções. Fiz opções que, para mim, foram corretas. Eu acertei todos os salários do clube. Acertei tudo. O clube fez um acordo sobre o imposto e está pagando há dez meses", completou.
Corinthians vai gastar R$ 152 milhões para solucionar calote de R$ 35,8 milhões

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