Hoje,
a santa Igreja comemora a dedicação litúrgica da primeira igreja
dedicada no Ocidente à Mãe de Deus. Em Roma, o ofício de hoje tem grau
de solenidade, assim como o aniversário da dedicação das outras três
basílicas patriarcais. O teto de Santa Maria Maggiore do século XVI é
revestido com o primeiro ouro vindo das Américas. Este é o primeiro
artigos de uma série de tantos outros sobre a Cidade Eterna.
Texto do seminarista Carlos Donato, da Arquidiocese da Paraíba.
* * *
Bendita és tu, Virgem Maria, encontraste graça diante do Senhor.
Conceberás e darás à luz um Filho que será chamado Filho do Altíssimo!
Sua Eminência o Cardeal-Arcipreste Bernard Law
Celebramos na Urbi, a solenidade da Dedicação da Basílica Liberiana, ou como comumente chamamos Santa Maria Maggiore, coração mariano da Urbe e do orbe.
Trata-se da primeira Igreja do Ocidente dedicada a Mãe de Deus. Nela se
conserva, segundo a tradição, a manjedoura de Belém e o famoso ícone da
“Salus Populi Romani”
pintado por São Lucas e a este atribuída a não-invasão da Cidade por
meio dos bárbaros e a libertação da peste que assolava a Europa.
Segundo
a tradição a Virgem Maria teria aparecido ao Papa Libério e pedido que
lhe dedicasse uma Igreja e o sinal seria a nevasca em pleno verão
escaldante de Roma. Ao mesmo tempo a Santíssima Virgem apareceu a um
nobre romano fazendo-lhe o mesmo pedido e dando-lhe o mesmo sinal. Ao
amanhecer, o Esquilino, um dos sete montes de Roma, estava coberto de neve em pleno cinco de agosto,
onde o calor atinge o máximo, registrando até 40ºC. Ao chegar ao local,
o papa após ser informado, encontrou o nobre que ajudou a construir a
Basílica. Todos os anos, durante a missa e às Vésperas Pontificais, na
patriarcal Basílica se faz chover neve, artificial, sobre o altar
recordando o milagre das neves.
Altar Salus Populi Romani
Na capela lateral, à esquerda, encontra-se o belíssimo ícone de Santa Maria “Salus Populi Romani”
– Salvação do povo de Roma ou Senhora das neves. Trata-se do ícone
escrito por São Lucas em Éfeso representando a Virgem Maria, toda Santa,
que traz nos braços o Salvador e nas mãos o avental, símbolo do
serviço, e o anel, símbolo da escrava. Por sua vez o menino Jesus é
revestido das vestes sacerdotais e traz em sua mão esquerda o Evangelho e
com a direita abençoa, seus pés estão em movimento como quem parte para
anunciar o Reino. Este ícone é amado e venerado pelos Romanos, que
diante do mesmo param e elevam súplicas à Mãe de Deus.
Na mesma Patriarcal Basílica se encontra as relíquias do Papa São Pio
V, na capela lateral à direita. Descendo do altar se encontra o
altar-relicário da manjedoura de Belém. Nela está contido a santa “Culla”
(Manjedoura) onde, segundo a tradição, foi reclinado o menino Jesus
pela Virgem Maria na noite santa de Natal. Diante da qual vela a pia
imagem do Beato Papa Pio IX que de joelhos intercede pela Igreja de
Cristo. Muitos são os peregrinos que acorrem aos pés da Senhora das
Neves, no coração agitado de Roma, perto da maior estação de trem, metro
e ônibus
da cidade, é ali que quis a mãe de Deus a sua igreja e ali faz deste
templo um oásis de salvação e de graças a todos que a procuram.
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