A versão do motorista não bate com as informações das demais testemunhas, conforme explica o delegado. "Há contradição em tudo que ele falou", afirma. De acordo com Floripes, o suspeito disse que dirigia a 50 quilômetros por hora, velocidade considerada pelo delegado como incompatível com o estrago causado pelo carro. "Pelos danos que foram causados, era impossível o veículo estar nessa velocidade", reforça.
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Floripes acrescenta no trajeto do carro havia uma lombada e uma
depressão na pista há 20 e 10 metros. "Isso não impediu que o carro
reduzisse a velocidade". As testemunhas ouvidas pelo delegado também
afirmaram que o suspeito estava embriagado e que o carro era o único na
rua. Na versão do motorista, sua visão foi ofuscada por um veículo que
vinha do outro lado da pista.O atropelamento aconteceu em Quixabeirinha, no bairro Aeroporto II. O grupo saiu de um culto evangélico e atravessava a rua quando foi atingido pelo Fiat Uno. O motorista fugiu. As vítimas ainda foram socorridas ao hospital, mas não resistiram. Morreram as irmãs Ediene Alves da Silva, de 73 anos, e Maria Adélia Alves, de 69 anos. O neto de Maria Adélia, Henrique Erick Cristian da Silva, de 7 anos, também morreu.
Nos próximos dias o delegado confirmou que pode pedir a prisão preventiva do suspeito. Nivaldo Floripes também enviará um ofício ao Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) solicitando uma perícia no local do acidente e no Fiat Uno usado pelo motorista. O veículo foi encontrado nesta terça-feira (1) rua Dom Helder Câmera, no bairro Belo Horizonte, onde o carro estava estacionado na garagem de uma casa. A intenção é concluir o inquérito com base nos relatórios e no depoimento das testemunhas do atropelamento.
Os corpos das vítimas foram velados na tarde do sábado (28), lá mesmo em Mossoró, onde mora a maior parte da família. Maria Adélia e o neto dela foram enterrados no mesmo dia, em um cemitério da cidade. O corpo da mais velha foi levado para Caraúbas, que também fica na região Oeste, e foi enterrado na manhã do domingo (29).
Antônio Alves da Silva ainda chora a morte da
esposa, do neto e da cunhada
(Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
"Só Deus" esposa, do neto e da cunhada
(Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
"Só Deus pra nos fazer entender uma coisa dessas. É uma coisa que eu nunca esperei que acontecesse, uma tragédia tão dolorida". As palavras são de Antônio Alves da Silva, aposentado de 71 anos, que ainda chora a morte da esposa, do neto e da cunhada. O consolo do patriarca e de toda a família, por enquanto, é a fé. "Estou pedindo muita força pra Jesus, que conforte minha família. A gente chora bastante, mas só Deus pode dar o entendimento", diz o aposentado.
Corpos das duas idosas e da criança foram velados
em Mossoró (Foto: Marcelino Neto)
Para a dona de casa Maria Elineide, que presenciou o acidente, só
haverá descanso quando o motorista pagar pelo atropelamento. "Eu tenho
fé em Deus que eu vou saber que ele pagou pelo que ele fez de propósito.
Foram tantas vidas que ele acabou, que não tem explicação", diz.
"Quando eu olhei pra trás, vendo minha mãe e meu sobrinho que eu tanto
amo cair, sendo arremessados por uma pessoa que fez de propósito -
porque eu vi que ele fez de propósito - eu fiquei desesperada, pedindo
socorro. Queria socorrer todo mundo, mas não teve jeito. Vi minha mãe
morrer, meu sobrinho que eu amo tanto. Não sei daqui pra frente, o que
vai ser da minha vida", concluiu.em Mossoró (Foto: Marcelino Neto)
Embriaguez
Segundo o capitão Maximiliano Luiz, o motorista passou o dia todo bebendo e estava embriagado. "A informação é essa. Já sabemos em qual o bar ele esteve e repassamos esta informação à Polícia Civil, que está conduzindo as investigações", disse ao G1.
Veículo foi apreendido e rebocado para perícia técnica em Mossoró (Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN)
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