Parentes
de vítimas e organizações realizam ato 'Ditadura Nunca Mais' nesta
segunda (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Um ato realizado na manhã desta segunda-feira (31) em São Paulo lembrou os 50 anos do golpe militar e pediu punição aos militares responsáveis por torturas e assassinatos.O evento foi realizado no local onde funcionou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) do 2º Exército, no bairro do Paraíso. Outro pedido dos manifestantes foi a transformação desse edifício, onde hoje funciona o 36º DP, em um memorial em homenagem às vítimas.
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(ESPECIAL "50 ANOS DO GOLPE MILITAR": a renúncia do presidente
Jânio Quadros, em 1961, desencadeou uma série de fatos que culminaram em
um golpe de estado em 31 de março de 1964. O sucessor, João Goulart,
foi deposto pelos militares com apoio de setores da sociedade, que
temiam que ele desse um golpe de esquerda, coisa que seus partidários
negam até hoje. O ambiente político se radicalizou, porque Jango
prometia fazer as chamadas reformas de base na "lei ou na marra", com
ajuda de sindicatos e de membros das Forças Armadas. Os militares
prometiam entregar logo o poder aos civis, mas o país viveu uma ditadura
que durou 21 anos, terminando em 1985. Saiba mais.)Os presentes leram em voz alta um manifesto em que chamaram o 31 de março de "Dia da Vergonha Nacional". O texto continha o nome das mais de 50 pessoas que morreram no prédio, entre eles o jornalista Vladimir Herzog. Em 2012, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o atestado de óbito de Herzog fosse revisado para incluir que ele morreu em razão de maus-tratos.
Pessoas que foram torturadas no local estiveram presentes. Maria Amélia de Almeida Teles, de 69 anos, foi torturada com sua família no local. Ela era membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Maria Amélia afirmou que o governo brasileiro ainda tem as "mãos sujas de sangue" por não promover medidas para punir os militares que participaram de torturas e assassinatos.
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