Alegando
“privilégios”, a Justiça de Minas Gerais negou nesta quinta-feira (12)
pedido de trabalho externo para o goleiro Bruno Fernandes, condenado a
22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, sua ex-amante.
Conforme o Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJ-MG), a defesa do jogador havia solicitado o benefício para
que ele trabalhasse no Montes Claros Futebol Clube, baseado na cidade de
Montes Claros (417 km de Belo Horizonte, no norte do Estado), e que
disputa a segunda divisão do campeonato mineiro. Segundo o pedido, ele
deixaria a penitenciária, das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, e nos
finais de semana nos quais ocorressem jogos oficiais do clube,
instituição que firmou contrato de trabalho com o jogador em fevereiro
deste ano. O Ministério Público de Minas Gerais se opôs à autorização.
Atualmente, Bruno cumpre a pena na
penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, cidade da
região metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, foi autorizado no
último dia 10 um pedido de transferência do goleiro para a penitenciária
de segurança máxima Francisco Sá, situada a 55 quilômetros de Montes
Claros. A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que a
ida do goleiro será feita no prazo de 20 dias.
Em seu despacho de hoje, o juiz Wagner
Cavalieri, da Vara de Execuções Criminais de Contagem, afirmou que não
há condições para cumprimento em Contagem do contrato noticiado pelos
advogados de defesa, já que o suposto contratante (Montes Claros Futebol
Clube) nem sequer é sediado na comarca.
“Isso, por si só, já afastaria a possibilidade de deslocamento diário do preso até seu local de trabalho”, afirmou Cavalieri.
O magistrado ainda disse que, para o
trabalho externo, a lei prevê a adoção de medidas se segurança para
evitar fugas ou atos de indisciplina, gerando a necessidade de escoltas
diárias para o acompanhamento do sentenciado ao local de trabalho.
Ele ainda ressaltou que a permissão de
trabalho externo a Bruno “caracterizaria medida isolada e de
privilégio”, em detrimento ao restante dos presos da Nelson Hungria. Ele
ainda avaliou que trabalho externo em unidade de segurança máxima vai
contra os protocolos de segurança do local. Cavalieri finalizou sua
decisão afirmando que, nos últimos doze meses, o goleiro tem apresentado
bom comportamento e que tem sido ofertado a ele oportunidade de
trabalhos internos na penitenciária.
Novo pedido
Novo pedido
O advogado Thiago Lenoir, um dos que
atuam na defesa de Bruno, afirmou ao UOL que ainda não foi notificado da
decisão de Cavalieri. Entretanto, ele adiantou que, após a
transferência do goleiro para a penitenciária Francisco de Sá, será
feito um novo pedido de trabalho externo para Bruno na comarca onde o
processo do cumprimento da pena será enviado.
UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário