Com
o prazo da Fifa se esgotando para a entrega dos estádios para a Copa do
Mundo de 2014, um recorde já está garantido para o Brasil: o País
ergueu os estádios mais caros do mundo. Um estudo da consultoria KPMG
levantou o custo de cada assento nos estádios construídos pelo mundo.
Uma comparação com os valores oficiais dos estádios brasileiros revela
que um dos legados do Mundial será a coleção dos estádios mais caros do
planeta.
Dos 20 mais
caros, dez deles estão no Brasil. Já pelos cálculos de institutos
europeus, a Copa de 2014 consumiu mais que tudo o que a Alemanha gastou
em estádios para a Copa de 2006 e a África do Sul, em 2010.
Seja qual for o
ranking utilizado e a comparação feita, a constatação é de que nunca se
gastou tanto em estádios como no Brasil nesses últimos anos. A KPMG,
por exemplo, prefere avaliar os custos dos estádios levando em conta o
número de assentos, e não o valor total. Isso porque, segundo os
especialistas, não faria sentido comparar uma arena de 35 mil lugares
com outra de 70 mil.
Com essa
metodologia, os dados da KPMG revelam que o estádio mais caro do mundo é
o renovado Wembley, na Inglaterra, onde cada um dos assentos saiu por
10,1 mil euros (R$ 32,4 mil). O segundo estádio mais caro também fica em
Londres. Trata-se do Emirates Stadium, do Arsenal, onde cada lugar
custou 7,2 mil euros (R$ 23,3 mil). Mas a terceira posição é do Estádio
Mané Garrincha, em Brasília.
Com custo
avaliado em R$ 1,43 bilhão, o estádio tem um gasto por assento de R$
20,7 mil, ou 6,2 mil euros. Na classificação, o Maracanã aparece na
sétima posição, mais caro que a Allianz Arena de Munique. Manaus vem na
10ª colocação, com praticamente o mesmo preço por assento do estádio do
Basel, situado em um dos países com os maiores custos de mão de obra do
mundo, a Suíça.
O estádio do
Corinthians, em Itaquera, seria o 12º mais caro do mundo, seguido pelas
Arenas Pantanal, Pernambuco, Fonte Nova e Mineirão. Todos esses seriam
mais caros do que estádios como o da Juventus, em Turim, considerada a
arena mais moderna da Itália e usada como exemplo de gestão. O Castelão e
o estádio de Natal também estão entre os 20 mais caros do mundo. Se o
ranking fosse realizado considerando os custos totais dos estádios, o
Mané Garrincha seria o segundo mais caro do mundo, com o Maracanã
aparecendo na quarta posição.
Para o
prestigiado Instituto Braudel, na Europa, os custos dos estádios no
Brasil também surpreenderam. Em colaboração com a ONG dinamarquesa Play
the Game, a entidade publicou nesta semana levantamento que revela que,
em média, cada assento nos doze estádios brasileiros custaria US$ 5,8
mil (R$ 13,5 mil). O valor é superior ao das três últimas Copas. Na
África do Sul, em 2010, a média foi de US$ 5,2 mil (R$ 12,1 mil). Na
Alemanha, em 2006, US$ 3,4 mil (R$ 7,9 mil). Já no Japão, em 2002,
chegou a US$ 5 mil (R$ 11,6 mil).
Em termos
absolutos, o gasto total com os estádios bate todos os recordes. Se todo
o gasto de sul-africanos em 2010 e alemães em 2006 for adicionado, não
se chega ao total que foi pago no Brasil para 2014, mais de R$ 8
bilhões. Em apenas nove meses, o valor aumentou em quase R$ 1 bilhão,
segundo dados oficiais do Comitê Organizador Local (COL), em sua quinta
edição do balanço geral do andamento das obras da Matriz de
Responsabilidade.
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