A
revista “Nature” dedicou parte de sua publicação desta quarta-feira aos
avanços da imunoterapia no tratamento de câncer. Este método que vem
ganhando força no meio científico se baseia no estímulo do próprio
sistema imunológico para combater os tumores. Na revista, uma das
pesquisas destacadas revisita uma técnica ainda do século XIX para o
desenvolvimento de uma vacina imunológica.
Por volta de 1890, o médico William
Coley buscou em bactérias a forma enfrentar este mal. Ele infectou um de
seus pacientes com o Streptococcus pyogenes, a bactéria que causa a
doença escarlatina, e em questão de semanas, o doente teve uma
recuperação significativa. Coley então começou a usar micro-organismos
mortos para tornar o tratamento mais seguro e acrescentou mais um tipo
de bactéria ao composto. O trabalho bem sucedido do médico – que pelos
relatos conseguiu tratar centenas de pessoas, mas cuja história tinha
caído no esquecimento – foi resgatada por pesquisadores da empresa
canadense MBVax Bioscience.
A nova versão de vacina desenvolvida
pela MBVax contém a mesma S. pyogenes e outra bactéria chamada Serratia
marcescens, que contém um pigmento estimulante do sistema imunológico
conhecido como prodigiosina. Desta forma, as cepas de bactérias mortas
pelo calor ativam esse sistema para que ele lute contra o tumor.
Entre 2007 e 2012, a empresa vacinou
cerca de 70 pessoas em estágio avançado de câncer, incluindo pacientes
com melanoma (pele), linfoma (sistema linfático) e tumores malignos de
mama, próstata e ovário. Os tumores encolheram em 70% dos pacientes, e
20% entraram em remissão.
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