Marcelo Hollanda
Repórter
Definitivamente, a pressa é a inimiga da perfeição. A poucas horas do início oficial de operação, o Aeroporto Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, ainda convive com centenas de pequenos problemas que provavelmente não estarão concluídos até amanhã e talvez nem nas próximas semanas.
São detalhes que vão de pequenos acabamentos de alvenaria à placa principal do aeroporto, que ainda não existe. Cerca de 1.500 pessoas trabalham freneticamente para aprontar pelo menos 25 dos pouco mais de 50 pontos comerciais que atenderão o público com produtos e serviços. A assessoria da Inframérica, porém, assegura que os três Duty Free que vendem importados para quem já está dentro da área internacional de embarque e desembarque estarão funcionando.
Aberta para visitação de convidados, uma assessora da Inframérica ficou encarregada de levar os jornalistas por um tour reconstituindo o roteiro que será feito a partir deste sábado pelos passageiros. Começando pelo amplo saguão, é possível ver centenas de monitores em funcionamento e perceber a presença do ar condicionado central. E só. Não houve nenhuma demonstração relacionada ao sistema de som, por exemplo, que neste início de atividades deve funcionar de forma improvisada.
Até o final da manhã, não havia sinal visível de como as companhias aéreas seriam distribuídas pela infinidades de guichês. Mas a presença de um ou outro técnico verificando os equipamentos foi percebida. Perguntado como os computadores estavam respondendo, um funcionário da Avianca foi econômico: “Normal”, respondeu.
O terminal que já chegou a abrigar quatro mil operários durante a construção, hoje ainda tinha algumas centenas deles dentro e fora da estrutura em tarefas diversas. Muita gente ligada às empresas que trabalharão ali andava para cima e para baixo tentando se situar como as coisas funcionariam para eles. Em meio a essa movimentação, o pessoal da limpeza parecia enxugar gelo, limpando o que os operários sujariam logo em seguida.
O diretor-presidente do consórcio Inframérica, Alysson Paolinelli, que está em Natal há uma semana acompanhando de perto o final da operação de transferência das operações do Augusto Severo, em Parnamirim, para o novo aeroporto, prometeu falar com os jornalistas a partir de 13 horas. O JORNAL DE HOJE, cujo horário de fechamento não permitiu essa espera, tentou falar então com algum executivo da empresa. Localizou um deles pelo sotaque argentino – país sede da empresa.
“O senhor não acha precipitado inaugurar o aeroporto amanhã (sábado)?” A resposta: “Por que não seria?” Ele devolveu a pergunta fazendo um gesto amplo que mostrava o ambiente. Como sempre, nenhum funcionário pôde dar o nome e a função.
Sem placas
A partir deste sábado, quem se deslocar para o novo aeroporto deve evitar o caminho de São Gonçalo e Macaíba quando chegar ao gancho de Igapó, pois, do contrário, terá que enfrentar alguns quilômetros de estrada de terra. A melhor opção para quem vem de Natal é direto pela BR 406, saindo da 101 ou pela Avenida Tomaz Landim. Não esperem placas indicando o caminho. Para quem não conhece a cidade, melhor perguntar a algum taxista.
Embora a prefeitura de São Gonçalo tenha concluído a instalação dos postes de iluminação ao longo do acesso entre a BR 406 e o aeroporto, hoje ainda era possível ver placas trabalhando em alguns trechos no acostamento ou remendando a pista.
Como já estava sendo esperado, o Governo do Estado não cumprirá a promessa de duplicar o trecho da BR 406 que leva até a entrada do terminal, como também andou pouco nas obras do viaduto de acesso.
O trabalho de preparação do aeroporto Aluizio Alves entrará pela noite e madrugada para deixar pronto o máximo de área abertas à frequência de passageiros. Mas operários ouvidos pela reportagem dizem que muita coisa ficará pendente. “Tem muita massa pra ser aplicada aqui, não se engane”, disse um deles.
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