Muitos ensinam que rezar" seria repetir "vãs palavras", enquanto que "orar" seria, verdadeiramente, falar com Deus.Quando um dos discípulos lhe perguntou como deveriam rezar ou orar (Lc 11,1-4. Mt 6,9-14), Ele não respondeu: "falem como quiserem, digam as palavras que lhes vierem ao coração". O que o Senhor fez foi ensinar a oração do Pai Nosso, dizendo:assim "Quando orardes, dizei assim...". – O Senhor mesmo, pessoalmente, ensinou uma fórmula pronta, para que compreendêssemos o que era mais importante pedir a Deus, e em que ordem e de que maneira devemos fazê-lo.
Ao tentar esclarecer essa questão específica, há um argumento que virá inevitavelmente, em algum ponto da conversa: a citação do texto do Evangelho de Mateus:
“...Orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mt 6,7)Nova Versão Internacional), que é um trabalho de tradução conjunto entre teólogos católicos e protestantes, traz uma diferença vital:
Quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos." (Mt 6,7)
Algumas palavrinhas (muitas vezes uma só palavrinha) fazem toda a
diferença. E quando examinamos a mesma passagem numa Bíblia aprovada
pela Igreja Católica (como a da editora Ave Maria), notamos a
divergência:
“Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras como fazem os pagãos, que julgam que serão ouvidos à força de palavras.” (Mt 6,7)
Agora, se "rezar" fosse o mesmo que usar de "vãs repetições", no sentido de repetir as mesmas palavras, então Jesus mesmo rezava, como vemos no Evangelho segundo S. Marcos, que mostra o Cristo falando a Deus Pai no jardim de Getsêmani, antes de Judas o trair:
E, afastando-se de novo, orava dizendo novamente a mesma coisa..." (Mc 14, 39)Se esta cena se passasse no Brasil, hoje, certos "pastores" diriam que Jesus estava cometendo um erro, "rezando" em vez de "orar", usando de "vãs repetições"...Para finalizar, observemos o Salmo 135/6, que reproduzimos abaixo (na tradução protestante de J. F. de Almeida):
"Louvai ao SENHOR, porque ele é bom;
Porque a sua benignidade dura para sempre.
Louvai ao Deus dos deuses;
Porque a sua benignidade dura para sempre.
Louvai ao Senhor dos senhores;
Porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que só faz maravilhas;
porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que por entendimento fez os céus;
Porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que estendeu a terra sobre as águas;
Porque a sua benignidade dura para sempre.
Aquele que fez os grandes luminares;
Porque a sua benignidade dura para sempre..."
E assim prossegue a oração do salmista, até o final, repetindo sempre a mesma fórmula, de novo e de novo. Assim é que cai por terra, definitivamente, o argumento de que os católicos usem de vãs repetições em suas orações, e a suposta importante diferença existente entre os termos "orar" e "rezar".Tanto "rezar" quanto "orar" englobam todos os gêneros de súplicas a Deus, desde aqueles de petição e agradecimento até as orações de louvor e glorificação ao Criador. Não se trata de nenhum segredo escondido: o leitor pode comprovar esta simples realidade através de breve pesquisa. Tudo que precisamos fazer é deixar de dar ouvidos aqueles que se consideram donos da verdade, e buscar a Vontade de Deus com amor soberano, pureza de alma, fé desapegada e absoluta sinceridade.
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