O cantor Jair Rodrigues morreu
na manhã desta quinta-feira (8), aos 75 anos, em sua casa em Cotia, na
Grande São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do artista, na
noite da quarta-feira Rodrigues foi para a sauna de sua casa e não saiu
mais de lá. A família só o encontrou por volta das 10h.
A causa
da morte ainda é desconhecida. O corpo está no local, e a família
aguarda a chegada da perícia. O cantor deixa a mulher Clodine, dois
filhos (os também cantores Luciana Mello e Jairzinho) e três netos, que
estão reunidos na casa do artista.
Ainda segundo a assessoria,
Jair Rodrigues não apresentava qualquer problema de saúde e cumpria
normalmente a agenda de shows. A última apresentação que ele fez foi no
dia 6 de abril no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, com ingressos
esgotados.
Um dos primeiros amigos a chegar ao local foi o
cantor Simoninha, filho de Wilson Simonal. De acordo com reportagem da
Globo News, ele estava muito abalado e chorava muito.
Jair, filho da bossa e do samba
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu no dia 6 de fevereiro de 1939 em
Igarapava, interior de São Paulo. Iniciou sua carreira musical nos anos
1950 e na década seguinte atingiu o sucesso em programas de calouros na
televisão.
Ao lado de Elis Regina, Jair Rodrigues se tornou um
dos grandes nomes do samba ao participar do notório "O Fino da Bossa",
programa da TV Record que foi ao ar entre 1965 e 1967.
Com jeito
brincalhão de malandro, e a voz potente, Jair ficou nacionalmente
conhecido através dos duetos com a "pimentinha". O trabalho rendeu três
discos, "Dois na Bossa volume I,II e III", gravados ao vivo. Na época,
foi um dos primeiros registros a atingir mais de 1 milhão de cópias.
A interpretação de Jair ganhou dimensão que ressoa até hoje
principalmente com a canção "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de
Barros. A canção sertaneja foi sensação no Festival da Música em 1966,
principalmente pelo fato de Jair ter ficado conhecido como um artista do
samba. "Disparada" acabou empatada com "A Banda", de Chico Buarque.
Carismático, Jair Rodrigues revisitou o disco "Dois na Bossa" no palco
dedicado a Elis Regina na Virada Cultural de 2012, em São Paulo. Na
ocasião, ele afirmou que Elis havia sido um "grande amor". Ele voltaria a
relembrar da época ao assistir o espetáculo "Elis, a Musical", em
cartaz. Jair assistiu o musical em março, aplaudiu de pé e acabou
homenageado pelo público.
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